Práticas clínicas e o cuidado possível no CAPSi
- Aracelly Castelo Branco
- 1 de out. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de dez. de 2023
Convido você a conhecer o artigo “Práticas clínicas e o cuidado possível no CAPSi: perspectivas de uma equipe interdisciplinar”, publicado na revista Contextos Clínicos.
Ao concluir a minha pesquisa em saúde mental desenvolvida no mestrado em psicologia na UFRRJ, escrevi este artigo sobre as práticas clínicas em um dispositivo de cuidados em saúde mental infantojuvenil, o Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi).
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPSi) são as principais instituições públicas de saúde a oferecer atenção a crianças e adolescentes que demandem cuidados em saúde mental. Influenciados pela Reforma Psiquiátrica (RP), constituem-se como um serviço substitutivo ao modelo manicomial, devendo funcionar em Redes de Atenção, concomitantemente a dispositivos de saúde, educação, cultura, lazer e serviço social. Lauridsen-Ribeiro e Tanaka, 2010

Resumo
Os Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi) são as principais instituições públicas de saúde a oferecer atenção diária a crianças e adolescentes que demandam cuidados em saúde mental. Ainda são incipientes os estudos que discutem seu modo de funcionamento e eficácia clínica. Este artigo se constitui como um estudo descritivo e exploratório, cujo objetivo é apresentar os aspectos centrais do funcionamento de um CAPSi situado numa cidade de pequeno porte do estado do Rio de Janeiro. Através do método qualitativo, foram realizadas, ao longo de três meses, pesquisa documental, entrevistas com os profissionais do referido serviço e observação participante das reuniões de equipe e de atividades terapêuticas. A interpretação do material empírico foi feita através de análise temática. Observou-se que as propostas clínicas se pautam na preocupação em dirigir o cuidado a partir das demandas dos pacientes, através de projetos terapêuticos que devem ser viabilizados coletivamente pela equipe. A supervisão clínico-institucional se mostra como importante sustentação da prática cotidiana e mediação para as relações interprofissionais. Um dos principais desafios do serviço é lidar com a sensação de que precisa responder, sozinho, a todas as demandas que envolvem sofrimento psíquico de seu público. A escassez de serviços na rede e as pressões políticas são problemas que convivem com a dificuldade cotidiana de lidar com o sofrimento psíquico das crianças e seus familiares. A despeito disso, os profissionais e o supervisor apostam na construção constante de um trabalho criativo e sensível às questões psicossociais dos pacientes.
Estratégias de apoio ao cuidado
“(…) Melo (2013) aborda a questão da medicalização no contexto atual, especialmente nos casos de dificuldade de aprendizagem, lembrando que hoje verificamos o crescente número de diagnósticos psiquiátricos voltados às crianças e a tentativa de uniformização e padronização de comportamentos a serem considerados “normais”. Assim, aspectos que deveriam ser cuidadosamente compreendidos através de uma análise multidisciplinar, muitas vezes, são reduzidos a sintomas e, consequentemente, patologizados. Segundo a autora, “abre-se o campo da patologização e da medicalização da infância, à medida que tudo foge à normalidade roteirizada, passa a ser interpretado como doença a ser medicada” (Melo, 2013, p. 131). Consequentemente, observa-se grande número de encaminhamentos de crianças e adolescentes aos serviços de saúde em geral, feitos predominantemente pelas instituições de ensino em função do que elas mesmas nomeiam como transtornos de aprendizagem ou comportamento”.
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